16/10/2018

Resenha: Nós Matamos o Cão Tinhoso!



Livro: Nós Matamos o Cão Tinhoso!
Escritor: Luís Bernardo Honwana
Páginas: 148
Editora: Kapulana
    Sinopse: "O livro de contos Nós matamos o Cão Tinhoso!, de Luís Bernardo Honwana, é um marco da literatura africana. Obra polêmica, publicada em Moçambique em 1964, foi criticada por aqueles que defendiam o colonialismo português, e aclamada pelos que defendiam a liberdade e a autonomia do país. O volume é composto por sete contos que expressam de forma emocionante a realidade sufocante dos trabalhadores moçambicanos durante a colonização portuguesa. O leitor vai conhecer contos sublimes que dão destaque às experiências dos oprimidos como as crianças e os trabalhadores negros na era colonial. Nós matamos o Cão Tinhoso! foi publicado em alemão, espanhol, francês, inglês e sueco, além das várias edições em Português em Moçambique e Portugal. No Brasil, teve uma única edição em 1980. A obra recebeu prêmios em Moçambique e na África do Sul, e foi classificada entre os “100 melhores livros africanos do século XX”, pela ASC Library, da Universiteit Leiden, na Holanda."
 Olá pessoal, tudo bem com vocês? Espero que sim. Hoje vou apresentar a vocês o livro “Nós matamos o cão tinhoso” do escritor Luís Bernardo Honwana, que contem 145 páginas e foi lançado pela Editora Kapulana.

    Nós Matamos o Cão-Tinhoso é um livro de sete contos da autoria do escritor Luís Bernardo Honwana publicado em 1964 e considerado uma obra fundacional da literatura moçambicana moderna. Os contos incluídos no livro são “Nós Matámos o Cão-Tinhoso”, “Dina”, “Papa, Cobra, Eu”, “As Mãos dos Pretos”, "Inventário de Imóveis e Jacentes”, "A Velhota" e "Nhinguitimo". O grande ponto do livro é a forma como o autor conta essas histórias, se utilizando de metáforas e uma linguagem simples e universal para adultos e crianças. E as crianças são destaque na obra do autor, que começa com o conto que dá título ao livro.

   O primeiro e o mais extenso dos contos incluídos no livro, "Nós Matámos o Cão-Tinhoso" é narrado através dos olhos de um menino moçambicano negro, chamado Ginho. A história desenvolve-se à volta de um cão vadio que está doente, abandonado e a morrer. Ginho é objecto de troça da parte dos seus colegas da escola, inclusivamente durante os jogos de futebol. Ele começa a sentir pena do cão e desenvolve um sentimento de empatia em relação a ele. Um dia, o Ginho e um grupo de rapazes da sua idade são persuadidos e chantagistas pelo Doutor da Veterinária para matar o cão. O Senhor Duarte representa esta acção como um jogo de caça e tenta convencê-los como um amigo. Apesar do Ginho estar emocionante ligado ao cão, ele sente-se pressionado para matá-lo, de modo a ser aceite pelos seus colegas. Apesar de muitas discussões e pedidos aos outros meninos, ele não consegue convencê-los a não matar o cão. A história acaba com ele a confessar com remorso a responsabilidade que sente, apesar de não ter querido participar no crime.

   Temos outro conto que chamou muito a minha atenção, onde um trabalhador de plantação, já idoso, tem sua filha estuprada pelo capataz na frente de todos. Os trabalhadores, com dó do velho pela situação, se colocam à disposição para fazer lhe vingança. O velho, porém, morto por dentro, decide que é hora de voltar ao trabalho.

   O conto inédito em livro “Rosita, até morrer”, apresenta uma escrita totalmente diferente dos demais porque com muito sentimento vamos lendo a carta que Rosita escreve para seu ex-namorado que a abandonou grávida e o que é mais tocante é que ela não teve oportunidade de estudar muito, então a carta está escrita cheia de “erros” e discordâncias gramaticais, mas apesar disso, passa a mensagem que ela quer transmitir. É muito triste a história dela.

   O livro tem outros contos, porém, não vou ressaltar todos, pois, prefiro indicar o livro para você.
Foi interessante notar a diferença entre o Português falado e escrito lá em Moçambique nos anos sessenta e a forma como o falamos nos dias atuais. Percebi que inúmeras palavras que vejo conhecidos com mais idade usando e que eu até achava que eram "erradas", são apenas palavras que foram sendo menos usadas com o tempo. Além de algumas notas de rodapé para ajudar o leitor a entender certos termos, pesquisar no dicionário outras palavras que aparecem no texto pode auxiliar o leitor a compreender melhor as histórias. 

   Gostaria de destacar a diagramação do livro que está linda e rica em detalhes, tanto na capa maravilhosa que temos quanto por dentro das páginas com suas ilustrações, o cuidado da editora com o livro foi impecável e merece ser reconhecido. 

   Quero agradecer a Oasys Cultural, por me presentear com essa obra e dizer que eu amei a edição do livro, está linda e muito bem estruturada. Muito obrigada por me proporcionar mais uma feliz leitura na minha saga literária.    
   Espero que vocês tenham gostado da Resenha e que lhe tenham interessado á ler um dia o livro “Nós matamos o cão tinhoso”.

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